segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Paciência e carinho: segredos de educadora para garantir alfabetização de adultos

No Dia dos Professores, a educadora Ducarmo Galvão explica como encontrou a vocação e como ajuda pessoas de todas as idades, da juventude aos octogenários, a aprender a ler, escrever e lutar por seus direitos.


Quando Ducarmo Galvão era criança em Ipueiras, no interior do Ceará das décadas de 1960 e 1970, a escola local só oferecia aulas de ensino fundamental. “Estudei até onde deu pra estudar lá”, disse ela, que aos 20 e poucos anos migrou para São Paulo, criou raízes e família na região sudeste da capital.

Hoje ela é uma das educadoras responsáveis pelas 17 turmas do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova) mantidas pela União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região (Unas).

Há sete anos, um dos primeiros alunos quando Ducarmo assumiu o cargo, um homem de 38 anos, avisou que decidiu aprender a ler e a escrever para poder tirar a carteira de motorista.

Há alguns dias, ele bateu na porta da casa dela.

Pode parecer uma curva de aprendizado lenta, mas Ducarmo explica que o tempo da educação para os adultos é diferente do das crianças.

A começar pelo fato de que a educação não é a maior prioridade na rotina dos adultos, que precisam trabalhar e sustentar a família. Por isso as aulas do Mova só são oferecidas no período noturno, para poder se encaixar na rotina dos estudantes.

A começar pelo fato de que a educação não é a maior prioridade na rotina dos adultos, que precisam trabalhar e sustentar a família. Por isso as aulas do Mova só são oferecidas no período noturno, para poder se encaixar na rotina dos estudantes.

Os frutos, segundo ela, são duradouros. O aluno que conseguiu tirar a carta de motorista, por exemplo, diz que vai seguir estudando. "Ele era do interior de Pernambuco. Bebia muito. Depois das aulas, ele parou de beber. Falou que quando chegava do trabalho ia beber. Agora, em vez de ir pro bar, ele vai para a sala de aula."

Fonte: G1

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